terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Vida de Papel

Não me finjo de idiota
Apenas deixo os pássaros levarem os bons costumes
Aqueles que toda moça preza e reza
Pelas manhãs e madrugadas.

Não me finjo de idiota
Apenas me calo com pouca frequência
Medo de não viver por conseqüência
Sou assim, me desculpa

Não me finjo de idiota
Eu enxergo muito bem a chuva vindo
Não bastou meu trabalho ser inútil, tenho que refazê-lo 
Roupas de mulher e roupas de menina...

Não me finjo de idiota
Dou a honra e trato bem
Sou feita de consciência e orgulho
Este que come e me devora, me sustenta e me adora 

Não me finjo 
Realmente sou feita de fé e de escolhas
Que todos os dias decido
Espero saber o caminho, espero saber o que é bom

Me arrependo de não fingir
De coçar a cabeça e não pensar 
De andar tanto e não chegar 
Ultrapassei a linha mas não ganhei

Não queria, não gostaria, mas adoraria 

Não me finjo, esse troféu eu não mereço 
Não cheguei aonde conheço
Não tive metas e não tracei futuro
Apenas deixei levar... meus bons costumes 

Liberdade sem objetivo, rebeldia sem causa
Faz o tempo gastar e voar
Mas me fez lembrar
Que mesmo assim, eu fui feliz.

Acatar

O tempo muda, e suas estações
Tudo que um dia foi novo, fica velho
Tudo que nasce um dia morre
E tudo que levanta, também cai

Escrevo com meu lápis desgastado e roído
Pela ansiedade e pelas palavras compridas
Pelas conversas em minha consciência que o grafite não entende
Nem tudo acaba... Algumas coisas só desgastam

A força que tem um caráter velho
O poder de um governo ditador
E a qualidade de um vinho bem guardado
As vezes o desgaste nos traz sabor...

Quero olhar com olhos diferentes
Quero descobrir o sabor desse vinho
A gente cai mais nunca permanece
As feridas também tem uma lição de vida

Este ano quero fazer tantas coisas
Uma delas é rir um pouco mais
As lágrimas que derramei foram amargas
Mas as que vierem, tenho que aprender acatar.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Tabacaria


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. (...).



Fernando Pessoa

Autopsicografia


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração



Pessoa, Fernando. Lírica e dramática, In: Obras de Fernando Pessoa

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Poça d'água

Foi naquela chuva de verão que eu me vi; logo naquela poça de água perto da minha incredulidade, meu passado voltou, refletiu a menina que eu era, refletiu a menina que sou...
Me vi abrir a janela na tempestade e deixei de ter medo da chuva, ela me molhou e eu nao soube mais me esconder de traz das cortinas; ela chega e eu me lanço; deixo ser lavado o que aprendi, e o que eu deveria ter aprendido... foi naquelas gotas de paz que me lavei da minha guerra; da minha cobrança de ser o que nunca sonhei, o que nunca desejei (...)
Não pertenço a ninguem e nem tenho o lápis da minha historia, meus primeiros passos foram desenhados pelos dedos de Deus, e meus ultimos pela falta de fé
Foi naquela poça (...)
Eu não fechei mais a janela e acabei me afogando no meu ego, de achar que sabia das coisas, de achar que sabia o que fazia. Meus olhos fecharam e meu corpo se inundou de " porquê's e pra onde? "
Nao queria acordar, nao tinha mais sede de continuar e nem fome de voltar aquela janela...
Entao à água escorreu, meu quarto secou e a janela se fechou, me sequei daquela chuva e minha fé voltou, pude ouvir os passos daquele que me ama, daquele que sempre me amou, pude enxergar que seus olhos brilhavam de emoção e como um verdadeiro Pai ele me abraçou (...)
Acordei nessa circunstância de mais uma vez ser salva de mim mesma, ser salva da minha melodia, da minha pausa e das minhas palavras... nao soube mais o caminho de volta e muito menos como recomeçar.
Foi naquela poça (...)
Meu corpo me condenou, minha alma não me aceitou, fui posta no canto e me indagaram de como pude me enxarcar de luas, de estrelas e de constelações, fui sincera e sorri...
- Prazer Luanna, sou nova aqui.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Peregrina

Eu consigo ver minhas pegadas
Meus passos na areia...
Eu fui longe, eu caminhei...
Não consigo ver meu limite
Só sei que esse lugar eu já estive
Logo a maré sobe e apaga meu passado
Apaga minha passagem de volta ...
Eu não quero seguir estes passos fundos
Eu sei aonde fui, e sei onde quero ir
Não, não é lá o meu lugar...
Busco minha paz, busco minha cura
Essa praia não é meu lar
Eu sei muito bem aonde quero ficar.
Não importa o tempo que leve para eu chegar
Não importa quantos obstáculos vou ter que passar
E não importa quantas voltas no relógio vou esperar
Eu sei aonde quero pisar, e onde é meu lar
Aonde meu coração repousar e sem dúvida ficar
Onde eu sentir paz sem ao menos suar
Quando a gente ama a gente descansa
Quando a gente dorme, a gente sonha...
Minha mente nunca desliga e meus pés nunca param
Porque o que eu quero eu ainda não sei
O que eu busco ainda não tem nome.


Luanna Figueredo Roque 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Seca

Aquela estação que tem promessa de chuva...
Ela mais uma vez mentiu pra mim.
Coloquei meus cestos, vesti minha capa...
Olhava pela janela e imaginava a lama na porta;
Não me importo mais!!! Que sequem os vasos e morra as cabras!!!
Minha sede acabou!
Dentro desse corpo existe uma alma, que se importava...
Que olhava pro céu e sentia o cheiro de água (...)
Deixa ela me enganar, deixa ela me alimentar;
Deixa ela me matar de sede... Vou morrer de tanto rir
Arranquei minhas roupas e sai da cabana
Quem me verá nua nesse deserto de descaso?
Os Egos estão na grande cidade, a chuva partiu pro egoísmo.
Lá ela rega os falsários e os mentirosos, lá se vai (...)
Lá nunca falta água, lá nunca falta gente.
Pessoas que matam mas conseguem dormir tranquilas.
- a culpa não foi minha, fulano nunca foi boa peça... 
Há tranquilidade!!! tranquilidade de hipocrisia.
Deixaste o gado morrer na seca, e os peixes fritarem na areia.
Tiraste minha água, minha paz e meu escape
Tiraste o que me restava... Eu já não era nada...
Deixa chover! Deixa cair...
O que me importa não é minha morte
Mas as que estão por vir...

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sou eu


Que permaneci no gelo e endureci com ele, que lutou na forca da sobrevivencia e permaneceu inerte. Sou eu que tenho uma fé tao viva que me fez ressurgi das cinzas, que curei minhas feridas em suas lagrimas de dor. Sou eu que me pendurei pelos cabelos pra me fazer de inocente, de desintendida por ser tao fraca, sou eu que acredito sempre... sou eu que nao solto o elastico...
Escalei a montanha do meu orgulho, cai dentro do meu proprio fracasso, me levantei na minha duvida e me ilhei no meu amordaço... sou eu que bebi do sangue corrente e que comeu do meu ego estragado, me enxuguei de lagrimas sensatas e me vesti de maturidade. Sou eu que busco sabedoria, que tento ver outros angulos, bem como tambem me vi numa ilha, cercada de engano...  

Eu acredito no céu e me encontro no inferno... Inferno este feito de auto analise e conforto, sou feliz quando posso, sou contente quando durmo. Sou eu que escrevo cores, que rabisco sua mente... tenho lá meus horrores mas ainda permaneco... lutando minhas guerras e perdendo minhas batalhas, meu corpo pode morrer, mas minha alma permanece... com a fé inabalavel.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Impressão

Não estou presa aí fora
Estou presa aqui dentro
A impressão que eu tenho é ...
Que o tempo voa!
 
              (...) mas você tem asas? 

Não quero viver assim
Navegar sem saber nadar
A impressão que eu tenho...
É que a fome não passa

             (...) Mas você se alimenta ?

Eu sou adulta nos meus méritos
Que vivo deixando pra amanhã ...
A impressão que eu tenho...
É que nunca cresci

            (...) você me entende criança ? 

Acredite que o mundo gira, SIM!
Mas não se esqueça que ele não volta
A impressão que eu tenho...
É que o amor dormiu

             (...) E você acordou? 

Mudança

Perdi muitas peças nesse jogo
Na vida a gente aprende a ganhar...
Perder nunca foi fácil, é muito menos saber o jogo
Esse jogo que quem sai vivo é o mais forte

Eu corri descalça e ingênua pro meio da mata
Eu soltei meus cabelos e subi nas árvores
Só pra saber minha resistência
Enfrentei mares e leões

Mas me machuquei com o que eu vi
A dor não é física, meu remédio não vem de farmácia
Eu disse que tinha perdido o jogo
Mas todo jogo tem um malandro

A vida é uma escola, e temos que ser alunos
Alguma coisa tenho que levar dali...
Eu levo da vida que o amargo é mais doce 
Que sangrar também purifica 

Soem as trombetas e cantem os pássaros
Porque minhas escamas caíram
Minha música voltou a tocar
E eu vou saber bem o chão que vou pisar.

Que recomece o jogo...


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Louco

Meus pés estão cansados, confusos e contritos
Odeio ter que enxergar o realismo e ter que aceitar uma dor invisível.
De ter que correr atrás e depois dar uma de madura e entendida
Eu sou criança e falo com a boca bem orgulhada
Não caiu nesse papo de adulto que se cobra, nem tudo é favelada
A verdade é que quando caminhamos, tropeçamos...
Mas é difícil um corajoso pra falar que não tinha pedra
Foi falta de atenção ou mera fantasia
Eu ando como criança e falo que nem menina
Não acho graça em muita coisa mas riu de agonia
Ser estranha tem seu preço e as réguas me alucinam
Nunca cheguei a altura e nem me permito medir
Que a vida tem os sortudos e os espertos a sorrir
Humano acorda e olha que o mundo gira
Não tem ninguém te assistindo como novela
Não tem ninguém te ouvindo como sinfonia
O seu valor vem de Deus e isso não me deixa confusa
Olha mais pra direita e para esquerda...
Ouve mais e se permita a amar
Sua mente é um ponto cego e o coração um ponto morto
A verdade é que sozinho, você já seria um louco.




Luanna figueredo roque

Pontas

Eu calculei, eu mirei e até duvidei
Amarrei bem as pontas e sentei
Observei tudo aquilo e até sonhei
Meu sossego foi vindo e eu apaguei

Acordei toda confusa sem saber o que fazer
Estava tudo bagunçado e me desesperei
Não acredito que não dei nó e me enrolei
Senti o seu abraço e então não duvidei

Me subestimei e nunca imaginei
Que seria maior que eu e não para de crescer
Enxergo lá do alto e fico a temer
Do sabor bem no final, aquele parecer

Realmente até hoje eu não sei o que fazer
Pulei de paraquedas e foi pra valer
Nesse verde eu me vejo e logo me lembro
Que na vida nada é certo e não tenho nada a perder.


Escrita

Cheguei neste ponto que parece uma vírgula
Minha mente desceu um parágrafo e não começou em maiúsculo
Eu chorei entre as linhas e apaguei os espaços inúteis
Recomecei uma frase boba e terminei uma canção antiga
Iniciei uma tese e ferrei com um parênteses, que não dizia a antítese 
E nem mesmo explicava a intenção, só trouxe discussão.
Minha mente foi vagando e me encontrei naquela linha.
Então eu a pulei, decidi outro parágrafo, de dizer coisa nenhuma
Só precisei de uma soltura e dois pingos de alegria
Meus dedos suaves escrevem, mas odeiam nostalgia
Queria concluir esse texto, que parece uma poesia
Mas logo me lembrei, que tenho muita agonia
É melhor deixar uma vírgula e escrever etc
Do que no final de uma vida, por um ponto de indiferença.
O que vale mesmo é o sentimento que é a ponta do veneno
Quanto mais eu escrevo mais eu me esvazio
Mais eu emburreço mais eu me limito
As vezes finjo ser poeta pra entender uma poesia
Nunca funciona mas me ajuda a entender a magia
Que na vida nada é eterno, mas o eterno eu escrevo na sua vida.

domingo, 21 de setembro de 2014

Espelho





Me acorrentei no que me disseram
Acreditei e tive medo de indagar...
Ouvi que o sucesso vem na disciplina
E a felicidade se andar na linha...

Eu tive frio, eu tive medo
Tive dúvida e tive receio
Mas ouvi dizer que era normal
Que logo a vida iria compensar

Que eu precisaria duvidar do amor
E de tudo que parecia com ele
Que não passaria de imiscuir
De meras notas que serão esquecidas

Eu acreditei e me permitir acreditar
Mas eu sei que não duraria ... Sabe lá
Tive sede em frente ao mar
Tive fome do meu próprio eu

Não preciso seguir estes passos vazios
A chave da minha mente estava no meu coração
Precisei ouvi-lo e senti-lo
Ele estava reprimido e um pouco vazio

Eu nasci nessa regra boba
De terminar o telhado de um estrutura medonha
De dançar a mesma música e de enriquecer por ambição
De construir um império nem que seja comendo pão

Mas chega! Agora eu enxergo melhor todo esse contorno
Estou na minha janela e ela me ouve
O que está lá fora nunca foi pra me matar
O que me mata está aqui dentro, de todo esse mar

Liberdade é estado de espírito ?
Então estou a me libertar ...
Sei que vivo de roxo a vinho...
Porque corpo e alma já voltaram a conversar


Luanna Figueredo Roque 


A Girl Like You


Uma Garota Como Você
Nunca conheci uma garota como você antes
Apenas como em uma canção dos dias de outrora
Você vem bater na minha porta
Bem, eu nunca encontrei uma garota como você antes

Você me dá só um gostinho, então eu quero mais
Agora minhas mãos estão sangrando e meus joelhos estão machucados
Porque agora você me tem engatinhando, me arrastando pelo chão
E eu nunca conheci uma garota como você antes

Você me fez reconhecer o diabo em mim
Peço a Deus que eu esteja falando metaforicamente
Espero que eu esteja falando alegoricamente
Saiba que eu estou falando sobre como me sinto
E eu nunca conheci uma garota como você antes
Nunca, nunca, nunca, nunca
Nunca conheci uma garota como você antes
Esta velha cidade mudou muito
Não sinto como se eu pertencesse
Muitos cantores de protesto
Canções de protesto insuficientes
E agora você veio
Sim você veio
E eu nunca conheci uma garota como você antes



Edwyn collins 

Soneto do amor total

Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinicius de Morais 

Poema em Linha reta



Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



Fernando Pessoa

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Brasil coisa nenhuma

Um país que pouco soube ser autêntico
Pouco soube de plantar suas árvores pra colher seus frutos
Não sei se vale a pena sentar e esperar a educação florescer
O seu espelho é o rio negro...
Um país feito de Xerox e de leis plagiadas 
Suas músicas pouco costuradas e muito remendadas
A beleza sendo mais que muita criança na rua...
E muita gente nua e crua correndo pro incerto
Acreditando no ouro a brotar em seus quintais
E naqueles que prometem a lua como enfeite  de sala
Tudo isso é quase certo, menos o carnaval
Criança odiando ler, e fugindo de conhecer
Nosso futuro ali está, bem longe de acontecer
Nossos representantes no senado bem entusiasmados assinaram 
Nosso tempo de morrer, porque logo vem nascendo
Outro trouxa pra valer...
Educação quase zero, e importância menos que a mínima
Gente gritando pra fazer uma cena, pra ver se de alguém o anima
Trabalhar que é bom quase nada, é melhor depois do seguro
Fazer das leis uma rede boa, que possa sacudir diurno
Pegar aquela cerveja de sexta e dançar em cima da agonia
De fingir que está tudo bem, esse é o Brasil de todo dia.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Lápis

Deixa minha mão desenhar
Meus riscos, minhas linhas e vai descendo...
Num contorno de imperatriz
Eu acabei me envolvendo
Deixei no ar um triz, de algo que está nascendo
Rodei os dedos e continuei a emendar
Fiz um círculo que começou a rodar
E marcou o tempo que eu esqueci de viver
Estou atrasada de amar, estou adiantada pra morrer.
O meu pincel derrubou aquela tinta meu amor
De cor nenhuma, de cheiro algum, de nenhuma textura
Limpei e umedeci os meus olhos que borraram ali
Reaproveitei aquele espaço vazio e inventei um rabisco
Fiz o seu sorriso, e contornei de idéias, de esperança.
Terminei e me vi no paraíso, meu corpo nu sem juízo
Eu sei lá porque de tudo isso, meu painel nem existia
Foi só mais um sonho lindo, que sempre me perseguia. 

Se eu soubesse

Se eu soubesse voar, não teria medo de altura
Avançaria e voaria, o mais alto... Além do muro
Pousaria na minha paz, nas minhas terras e no meu ninho
Nunca mais ficaria sozinho.

Se eu soubesse cantar, não teria medo de dançar
Pegaria aquele rapaz e arrastaria pra minha pista
Pra lá e pra cá ficaria, num chuvisco de notas
Nunca mais ficaria torta.

Se eu soubesse sorrir, não teria medo de ser feliz
Passaria a me olhar e a me desejar, no espelho de cada dia
Amarraria meu cadarço e pentearia o meu cabelo
Nunca mais quebraria o espelho

Se eu soubesse amar, não teria medo de pular
Acordaria numa manhã fria e sairia sem a blusa de ontem
Andaria de pé no chão, e pintaria mais as unhas
Nunca mais cairia no chão

Se eu soubesse falar, nunca mais me perderia
Minhas palavras tão certas de mim mesma, mas tão soltas no ar do mundo
Quem quiser faz delas um nó ou até um poço sem fundo
São sinceras as coitadas, que ninguém mais acredita.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Escada

Me encontrei
     Me amarrei
         Me olhei
             Me inspirei
 Te encarei
     Te ouvi
        Te toquei
             Te fiz sorrir
Me perguntei
    Me indaguei
        Me enganei?
           Me respondi
Te procurei
     Te achei
         Te cantei
             Te vi aqui
Me encontrou
     Te abracei
          Me amou
              Te fiz feliz


Como essa escada subindo e subindo...
 (...)
       
 Como palavras dizendo e dizendo...
(...)

Como as águas descendo e descendo...
(...)

Como meu amor crescendo e crescendo...
(...)

  

Propício

Há que vida boa é está? que me olhou e me premiou
Com esse novo trajeto, de novos planos e projetos
De costurar minha rua na sua, de pintar no seu painel
Meu nome no seu chapéu, que você mesmo escreveu

Aquela mania de acreditar que te conheço a algumas décadas
Esses laços tão fortes me deixam meia contesta
Será a trindade ou somente os caminhos ?
Até nossos bichinhos entraram nesse ninho

Cozinhar de salto alto foi lá um sonho astral
Deitei no seu sossego e comi do seu prato
Sequei o seu corpo e me enrolei nos seus pelos
O mundo estava morto mas me encontrei nos seus beijos

Te abracei e te encarei, as vezes sei do que pensa
Aquela risada meia lua, faz toda a diferença...
É sempre bom e "necessário" uma sobremesa no final
Mas com certeza já temos... Muito mais que o principal. 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Todo dia

Levantei e deixei minha alma na cama
Não quero cansa-la e muito menos levá-la comigo
Não estou sentindo o gosto do café e nem os ventos nos meus cabelos
Tem dia que eu levanto mas não acordo, que me encanto mas não demoro

Me atrasei pro nosso amor, demorei pra ver amor
Ouvi aquela música me fez melhor, me fez quem eu queria ser
Toquei em seu corpo e logo amanheceu
Tudo faz parte dessa fantasia, dessa minha mania de te imaginar todo dia.

Esse chamego todo, essa sensibilidade mútua e até meia crua
Fez aquela chuva cair mais depressa, meia contesta e sem remessa
Limpou nossos olhos, limpou nossos beijos limpou nossos medos
Ela escorreu e foi escorregando no desejo, seus dedos e seus anseios

Vamos ouvir esse estágio, esse degrau visível e calmo
De uma corrida sem prêmios, de um jogo sem apostas
Vou te abraçar a tarde toda, vou me deitar nesse desejo
Porque é muito mais que um beijo, é um amor pra todo o dia.

Pra toda noite

Pra todo...

domingo, 31 de agosto de 2014

Você tem um dom

Você tem um dom
 De me tirar do meu corpo
         De me arremessar pro alto
                  De me atirar do outro ...

Você tem um dom
     De me fazer idiota
           De me declarar como torta
                  De me tirar das idéias ...

Você tem um dom
       De me fazer equivocada
              De me transformar numa louca
                     De amar beijar sua boca

Você tem um dom
         De firmar minha raiz
                  De me fazer imperatriz
                          De me fazer mais feliz

Você tem um dom
          De fazer eu te amar
                    De fazer eu te roubar
                            De eu te fazer mais feliz.

                          

Poetizar

A paixão vem assim, querendo agradar
O amor se revolta e vem pra somar
A paixão colorida sempre a sonhar
O amor pro futuro, sempre avançar

O tempo mostra quem fica e quem vai morrer
A paixão logo se irrita e não se deixa escolher
O amor é mais forte e sempre a crescer
O que sinto quando te vejo me faz amolecer

Somos muito jovens e sempre a cantar
Nossos incômodos logo, sempre a poetizar
Estamos acreditando nesse amor que veio pra ficar
Juntinhos vamos dançando chegando nesse mar

Sem estes espinhos não tem rosa
E nossos mistérios não tem fundo
Mas o que sei de tudo isso
É que esse amor é de outro mundo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Abrindo

No espelho eu vi tudo aquilo
Você poderia sim abrir a janela e deixar esse ar gelado sair, sair todo o gelo dessa casa solitária
Se ao menos ela existisse ...
Eu poderia acordar e abrir toda minha mente desse ar que entrou pela porta, mas eu to coberta de incertezas e tremores, que me deixam a noite toda quente de tanta confiança
Os anjos que permaneceram ao lado da minha cama sabiam o porque de tudo aquilo, até o porque de não ter levantado naquele dia...
Você poderia ter me feito sorrir, ou pelo menos tentado, não é tão difícil me fazer feliz, eu mesmo sei me fazer as vezes, mas é rapidinho.
Não, não sei porque de tudo isso, nem sei se existe um...
Se ao menos existisse...
Todos querem meu bem, menos eu mesma, eu só quero ser do bem, fabricar bondade ficou no relógio do ano passado, e o que estou usando fábrica somente o tempo, que nunca passa mas sempre corre.
A impaciência de vencer me faz perder (...)
Perco tudo que conquisto, e as vezes o que não chego a conquistar.
Me sobra uma nota, um sorriso e alguns desejos.
O sol vai nascer e o céu brilhar de novo
Os meus sonhos acontecem, as vezes nem tão colorido e nem com tantos príncipes
Mas acontecem...
Eu poderia me fazer feliz, e você poderia se fazer feliz, e todo o mundo poderia se fazer...
A própria felicidade poderia fazer esse favor...
Todos os terceiros e quartos.
Mas não deve...
O olho não só vê ... Ele também enxerga. 

Naquele banco

Contar as estrelas meus problemas me fazem melhor sim,
Me fazem seguir com menos bagagens e menos angústias,
Mas são boas lágrimas para chorar, são verdadeiras e com fins nada banais
Lágrimas que vale a pena serem choradas, não enxugue-as, não vão parar...
Tem um nó nessa garganta meu nego, tem um sapo muito grande,
Eu queria exagerar no que eu digo mas eu nem preciso de enfeites, eles vem com o pacote...
Vamos tentar seguir assim, respirando e sorrindo, não vai adiantar quebrar meu chip e muito menos escapar de todos que eu amo, o amor me faz forte, mesmo eu sendo tão fraca e impossibilitada de amar no momento. Vamos sim tentar seguir.
Eu sei que você me entende, o preço de voar é mais caro do que o voou em si
Fazer o que se eu aceitei até aqui minha vida, aceitei até aqui o meu vício.
Eu não tenho força nenhuma mas vou acreditar que ela exista, talvez eu tenha que cantar mais alto e correr mais longe...
Soltar meus cabelos e ser mais livre em minha mente, a disciplina que existe só me fez expandir minha imaginação do que tem lá fora... Depois daquele cercado de desejos e vontades...
Na medida da minha aflição eu me sufoquei e precisei passar por lá, passar pela linha de raciocínio quadrado e um tanto desperdiçado pela falta de diferença.
Eu já soltei meus cachorros, agora vou prendê-los de volta, quem sabe um dia eu não precise deles...
Sim, eu poderia estar feliz, e poderia estar legal, mas nem tudo que eu quero eu posso ter...
 (...) A cada dia que passa, o que não posso ter me faz ser o que nunca seria se eu pudesse ter...

Eu ainda acredito no amor...

domingo, 17 de agosto de 2014

Está tudo assim...




Está tudo assim, deixando o vento levar
Cada momento nosso, não deixou escapar
Deito no seu peito e logo desapareço
Num piscar de olhos, eu logo me amoleço

Está tudo assim, deixando a música tocar
Cada nota nossa, não deixo escapar
Toco em seu rosto, e meus dedos  a dedilhar
Sua barba cascuda, eu massajei pra lá e pra cá.

Está tudo assim, deixando o beijo levar
Cada olhar nosso, não deixo escapar
Começamos carinhosos, e bem devagarinho
Nossos beijos vantajosos, nunca nos deixam sozinhos

Está tudo assim, deixando acontecer
Cada entrega nossa, só eu e você
Nem tudo  é perfeito e nem chegamos a ser
Mas cada segundo ao seu lado, eu aprendo a viver.

(...)

sábado, 16 de agosto de 2014

Encaixes

A diferença entre a alma e o corpo
São um só mas diferentes, um você toca e outro você sente
A alma é eterna e solene, enquanto o corpo finito e creme
De terras e desejos, ele acaba nos seus beijos

A alma satisfaz mas o corpo sempre quer mais
Alma tem lá  seus desejos, que vale muito mais que suas ensejas
Enquanto o corpo caminha numa finita cantiga, de idas e vindas
Que nunca se conclui em nada além de aperta e estica.

O corpo é puro, é mudo e cascudo, cheio de pesos e manejos
Este se encaixa, se lamenta e se escapa
A alma não se completa, ela nasce, e nunca morre
Numa linha complexa de indignidades que está ligada aos limites do corpo

Este sim morre, goza e chora
Se molda, amolece e endurece
Mas a alma flutua, escuta e enxuta
Se molha na seca e sorri na madrugada

Se complete ao outro corpo
Porque a alma nasce assim...
Com sua clave e seu tom, sua pausa e sua escala
Como numa oitava ela é constante, mas sempre contrariante 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Explosivos

Explosão de desejo, ali explodiu
Nada parece importar, tudo ali se resumiu
O vidro não deixou se espiar, e até a sirene caiu
Explosão ocorreu, mas não se deixou explodir

A velocidade do sangue em cada veia
A forma que o coração queima
 E que a lua assiste, foi tudo ali
Não, ele não errou a rua.

O puxar do freio e o o vácuo dos vidros
Na velocidade da tartaruga mas na intensidade de uma puma
Que corre em muitas curvas, curvas morenas... curvas ruivas
O medo não estava ali, nem no raio de 5 km

A sirene passou, tudo recomeçou e você sorriu
Iria ser mais engraçado na cadeia
A única ligação para uma senhora tão doce que não entenderia nada
Nem seus bancos molhados.


sábado, 9 de agosto de 2014

Escrevendo

Nossa história não veio de nós
Não veio desse caderno 
E muito menos do nosso caminho
Escolhemos mau, enxergamos pouco e sabemos menos ainda
O ângulo de Deus sempre foi magnífico.
Ele enxerga tudo e traça encontros perfeitos.

É natural, é conjugal é espiritual.
As estrelas não entendem e muito menos a lua
Elas riem para as nuvens assistindo nua e crua
Nossa história é um debate, será que é verdade?

O tempo não tem pressa, e as areias não correm
Tudo parece correr na ponta do relógio
E passar em câmera lenta nos nossos olhos.
Escute nossa vida dançando uma cantiga... Tic tac

Nosso amor supera isso, as vezes me encontro rindo
Não, não estou dizendo isso pra conforto,
Minha mente está límpida como meu quarto e espaçosa como minha mesa
Tudo devagarinho você acompanha, e tudo na rapidez, você beija.

O que é seu também é meu
O que é meu também é seu
Eu erro nas palavras, mas meus olhos expressam que não...

Não adianta me enganar, você já conhece meu olhar...

Árvore

Somos como uma árvore...
Mesma raiz, mesmas proteínas e mesmo solo...
Mesma terra, mesma água e mesmo pólo.
Tudo nasceu igual, e tudo vai morrer assim...

Do tamanho da sua diferença...

O tronco se alarga e amadurece
E logo os galhos aparecem...
Com pinta de adolescentes, logo vão se separando
Mas sempre se entrelaçando, pelas raízes descentes...

Saíram da mesma terra e tem por base o mesmo tronco
Mas cada uma pro seu lado, pro seu espaço e pro seu caminho
Mas nunca ficaram sozinhos...
Estes galhos danados, só queriam espaço, para viver sem ter laços.

No final de tudo, sempre as mesmas flores, sem ter lá seus horrores,
E as folhas iguais, mesma cor, sabor e decimal
Mas os seus frutos, os galhos mais fortes, mais saudáveis
Dão lá um espetáculo, de cada macaco no seu galho

Cada um no seu tempo, no seu vento, na sua chuva e no seu contento.
Tudo isso é uma árvore, repleta de verdades, na natureza e suas metades.
Me encontro nessa linha, somos várias nessa trilha, no qual eu me esbarro.
Nasci numa estação, amadureci no outono e namorei no inverno.

Minhas folhas sempre trocam,
 E meus frutos sempre caem,
Minhas raízes são profundas
 (...)  mas o amor nunca se vai...

sábado, 2 de agosto de 2014

Qual sua hora ?

Se arrepender de viver, de alcançar e descobrir?
Não faz muito meu tipo.
Estou aqui para amar...
As vezes só falta aquela café para animar...

Se questionar, racionalizar, e se abrir?
Não nessa ordem... se precisar
Estou aqui para amar...
As vezes só falta aquele fone que esqueci...

Se impedir, exprimir e indagar ?
Sempre no fim do dia
Estou aqui para amar...
As cartas na mesa, nunca foram pra ganhar.

Acreditar, sofrer, e até esperar?
Se for pra vivênciar de olhos abertos...
Estou aqui para amar...
O presente sempre valeu a pena.

Senão valer... Nunca amei. 

inhazinha




Um dia quente e cheio de calafrios,
   (...) aqueles que me tiram do trilho.
Um dia poeta e cheio de amores
    (...) ter fé nunca foi lá meus horrores
Um dia de angústia e de paz
     (...) Onde está meu rapaz ?

Beijar a morena de cabelo confuso, de olhos maduros e de língua enganada.
Foi olhar para o horizonte e enxergar a mata que refletia sempre aquela jaula.
Desceu a colina, de dúvidas e de agonia, que estão sempre em sua porta...

Num momento de incertezas, a gente se cala ou deveria, a gente se mexe ou de agonia, não faz se quer uma nota, nem desafinada, a gente se encosta e arrota, um som de quase nada, vale a pena aquela pele, que no encostar já se derrete, desculpe sou feita de açúcar, de sabores e de luas, sou feita de ciúmes, costumes e larguras, a flor da pele sempre estarei, e a cantar também, somente nas noitinhas mais frias, estarei quietinha na minha, talvez até sonhando uma cantiga, que me faça rir a madrugada e acordar inspirada, para a amar todo o dia...

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Milésimos...

Eu nem sei o que escrever...
Aliás nem sei como cheguei aqui ...
Mas meu coração quer falar ...
Não sei como me retirar, não sei se devo sair
Vou deixar a janela aberta se quiser sumir...

Deixar você partir não é lá uma coisa tão difícil...
A sua presença supera essa distância, talvez tenha sido um erro.
De quem será que vai vim a solução, a pausa e a exclamação ?
A cada meia noite eu sou sincera...

Criança, irrelevante e contrito, talvez seja só palavras raivosas
Ou até confusas de um leito deprimido, mas eu vou abrir os olhos
Quando você abrir... Não estarei mais lá, quando você quiser sentir, vou estar em outro mar...
Quando você falar, não estarei para ouvir, quando quiser cheirar, não estarei mais ali.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Madrugando


Sou do tipo exagerada...
Se estou alegre, estou muito alegre
Se estou deprimida, estou muito deprimida...
Meus sentimentos são excessivos e exagerados, mas com o que não me importo chega também a exceder...
Pensar no futuro da um frio na barriga, medo de fracasso, de retrocedencia ou até mesmo de estar próximo, acho esse temor natural, mas o questionamento maior não e esse...
A felicidade e um caminho com volta, nossas escolhas podem influenciar nessa palavra um pouco polêmica já que nem todos acreditam que ela exista, mas se caso existir, você se sente feliz agora?
Não pelo fato de existencialismo ou religiosidade, Deus fez cada ser humano de uma forma e com habilidades específicas, o risco de alguém nascer e morrer sem conhecer elas é grande sim, mas porque esse risco ainda existe? O tempo é curto ou o medo é maior?
Questões naturais, familiares, urbana... Todas influenciam no que você vai ser, mas não e nesse ponto que quero chegar. Digamos que você está em fase de reconhecimento, aquele momento na vida que você sai do automático e começa a refletir no que é, e no que quer se tornar, se essa palavra ",felicidade " se inclui nessa linha do tempo de presente, ou futuro, porque o que foi no passado ficará nas lembranças, mas o está em seu presente pode trazer benefícios de um futuro que vira a ser um passado confortante, ou talvez não. É um assunto desconfortante e um pouco pretencioso, mas se não ajudei, agora vou resumir... ser você mesmo e fazer o que ama, pode não ser toda a sua essência, mas vai te ajudar a descobrir sua existência...

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Psico


É de se cansar agradar ou ao menos tentar...
Você se forma, modela e transforma para se encaixar
Você se pinta, estica e duplica para ser vista.
Não precisa e nunca precisou disso tudo. Ser você mesma e o suficiente.
Me questiono se valeu a pena considerar opiniões diversas se elas mesmas não tiveram fundamento de ajuda, talvez foi só fontes salgadas.
Geração que machuca e que não tem dó de falar o que aparece aos olhos...
Geração que estala os dedos ao te ver batendo as palmas, altruísmo café com leite.
Não da para se explicar de tudo que você faz, ninguém vai entender, nem mesmo se você disser que não foi culpa sua, que não foi escolha sua. Isso não passa de um problema seu.
Segurar minhas próprias mãos e cantar o que me vier a cabeça, é isso que eu vou fazer.
Virar a chave e dirigir sem rumo, passar pelos amigos sorrindo e rir dos amores perdidos. Crescer nunca foi um desafio e seriedade não está guardada a sete chaves, são sentimentos o qual toda mulher sabe a hora de liberar, se você não se encaixa não questione, se você não ouve a música não me impeça, eu vejo o mundo colorido cheio de otimismo, se você se incomoda com tantos pássaros feche a sua janela e se feche de mim, não crie psicanálises de mim mesma, eu só preciso de um olhar sincero, palavras sem medo e coração verdadeiro, aliás todos precisam, o que eu não gostar de ouvir, o que eu não concordar eu vou analisar, vou por nós pensamentos da meia noite e ver em qual caixinha guardar... No presente ou no futuro...

sábado, 7 de junho de 2014

Paralela

Pintei na sua vida a cor que faltava,
Olhei e vi um tom emburrado de incertezas
Meu pincel desceu, e foi descendo até chegar no primário
Aquelas cores que trazem mais vida, e chamam mais atenção... Conhece ?
Está uma pintura muito bonita, no fundo esfumacei uma amarelo sol
Para dar mais brilho nos seus olhos, e de sombreado laranja cenoura para dar tom de alegria
Só faltava um pouco de retoque, nossa vida precisa de acabamento.

Toquei na sua vida aquela nota sustenido, que elevou a sinfonia planta e medonha que tocava
Coloquei uns arranjos de dedilhados em quintas e nonas, nada demais, só um charme
E depois para o refrão, deixei um solo de escalas agudas e um tanto relaxantes,
Não foi nada demais, juro pra você que já me retiro...

Mudei na sua vida, algumas linhas que estavam tortas e sem finalidade alguma,
Estava uma bagunça, confesso
Parecia que alguém precisava chegar na urgência da sua diferença, aguçado seu viver aliás
Não foi nada demais, só troquei algumas cores e coloquei mais vibrações, energias que faltava.
Uma luz precisou ser trocada, e aquele chão precisou ser limpo...
Prometo que já me retiro, desculpe se incomodei, eu não resisti

A verdade, que quando se importa, você se coloca, no mesmo presente e acaba cuidando do que não é seu sem querer, uma linha paralela ...

Noites

Não, eu não resisto, eu preciso escrever
Me encontro em noites perversas, aquelas que eu me divido em pensamentos
Dormi com idéias nunca me fizeram bem, as vezes somente nuvens de lembranças
Mas a verdade que de manhã tudo se renova e fica mais bonito
E o dia vai perdendo sua beleza, e seu brilho, não são as pessoas...
Queria ter o poder de fazer algumas escolhas, de poder e ter o controle dos meus sentidos
Que são um tanto aguçados demais pro meu gosto, me fazem frágil
Eu sei bem, eu conheço bem minhas linhas, meus passos que fogem das regras
Meus questionamentos que me fazem um tanto ingênua sobre a humanidade, eu entendo tudo.
Eu me enxergo, eu consigo ver a cor da minha alma, cor de púrpura... Nada demais aliás.
Sim, eu me conheço o bastante para entrar em vielas e fugir da realidade, ou pensar que fujo.
Eu sempre fui assim, e gosto que saibam que sou louca, louca o bastante para fazer dos normais
Como eu...
Na minha mente tem muita música, tem muita fantasia,
já ouvi que sou pequena, que preciso aprender a refletir nas escolhas,
A verdade que sou um pouco poeta, e inocente e quem pensa que meus passos são espontâneos.
Eu sei bem aonde piso, as areias que fazem meus dedos afundarem, os meus pés ficarem nada firmes.
Essa menina que você vê, essa risonha e toda ingenuidade, não e somente uma aparência de 20 anos.
É um espelho de quem eu gostaria de ser mais, por circunstâncias e pressões não posso voltar a escola, e nem a estudar o trabalho das formigas resumindo numa folha de almaço, a gente cresce e começa a ficar cego, ficar como rochas e cheio de teorias e conceitos fúteis de quem você mesmo é.
Agradar foi um dia meu forte, mas com a força do pensamento de quem eu posso ser, agradando a mim mesma, elo de quem eu gosto de ser sem prejudicar minha auto estima... Faz disso tudo mais um desabafo que ninguém entende, e nem aqueles que tocam as notas que fazem disso uma música.
Não precisa entender, eu só preciso dormir..,

terça-feira, 3 de junho de 2014

Linguajar

Eu também canso
Mas prefiro me fechar
Para não magoar, ou ser magoada
Eu também choro
Mas prefiro acreditar, que são momentos
(...) E que tudo muda...

Eu prefiro me ferir,
Do que ferir quem um dia me abraçou
Minha fraqueza me entregou
Sou um poço de águas mornas
(...) confesso escorregando...

Eu prefiro acrescentar o açúcar que a vida me faz faltar
Momentos de desgosto e de amargo
Que preferiria nunca sentir o sabor
Eu prefiro confiar, mesmo que doa
Ou que me faça duvidar...
(...) uma garotinha impugnada

Eu prefiro continuar assim
Ouvindo somente palavras
E acreditando nas promessas, quem sabe um dia eu cresça.
Quem sabe um dia eu amadureça
E continue e assim feliz...

(...) na retaguarda 

Coisa nenhuma

Eu devo ter construído um castelo, um mundo mágico que eu quis acreditar que existia,
foi uma expectativa muito boa, da até pra ouvir o barulhos da madeira antiga feita pelos burgueses na década de bolinhas... Fazer o que se me sinto segura assim ?
Eu escrevo para dormir melhor, porque as idéias me deixam inquieta e insegura, é como se eu precisasse desabafar a alguém, que não precisa ser necessariamente uma pessoa, aliás as pessoas as vezes não tem tempo nem a paciência para ouvir tanto. Sou um saco de histórias, uma carência infernal, e uma sonhadora, mas difícil encontrar alguém com esse saco todo para me agüentar, nem eu mesmo sequer me agüento as vezes, por isso escrevo... Sou uma poeta um tanto sensata pensando nos ângulos que me cercam de razões e incertezas.
Só estou tentando explicar que nem tudo para mim faz sentido, e escrevendo eu tento me assegurar que tudo está bem e minha mente vai poder descansar. Fazer o que se o Amor mexe com as idéias, mexe com os sentidos e um pouco com sua humanidade. Sonhar é preciso, mas pisando no chão, alcançar conquistas e melhor com um bom amigo, e ouvir música é melhor sozinha. Esse e meu ponto de vista, não uma vírgula, é um ponto mesmo, aquele que da fim a uma conexão de palavras submersas em sentido nenhum, que é meu caso, ou pode ser aquele que da fim a uma frase... Que não precisa necessariamente de um ponto, ou talvez nem precisa terminar, vamos deixar rolar...