terça-feira, 7 de julho de 2015

Coerência

Vou até aonde tem chão, cheguei perto de parar
Em muitos momentos que só eu sei, eu sentei e respirei
Nunca foi tão difícil enxergar, vejo tudo sempre ligado
Até as musicas que ouço não fazem sentido

Mude seu corpo, sua forma, seu corte de cabelo, mas deixa a essência
Aquela de criança madura que fomos um dia, que assumia um brinquedo...
Minha reação é sempre das melhores, seguro toda a lava quente em mim
Sou um vulcão de emoções e de extremos, qualquer dia eu destruo este chão.

Quando não for mais pirraça, vai ser bobagem
Quando não cantar mais, é que a música parou
Não gosto de ter alegrias momentâneas de viciados
De dar seta pra esquerda e logo se abrir o caminho

Conquistamos o que queremos e depois colocamos na estante de poeira
Mas nunca colocamos a medalha de perdedores no mural
Não sabemos de como serão nossas emoções no futuro
Só vamos nos lamentar que nos momentos de ganhar, escolhemos perder.

Engano

Sonhei a vida inteira com isso, mas algo tinha que dar errado
É como se o medo tomasse conta e buracos aparecessem
Você afunda, você nada, você se afoga, você se esmaga
Luta por algo que não faz sentido, corre atrás de fumaça.

Achei que era o momento, este de história pros netos.
Não está sendo assim, não está sendo como imaginava
Deus é o dono do lápis, mas temos a borracha
Decida, aponte, caminhe, persista, sonhe e realize

Não tão afim de permanecer nesse vazio, nesse eco...
Estou me firmando pra o que vai vir, sem dúvida tenho que me firmar
Minha vestes estão velhas, meus pés cansados e minha cabeça dói
Se eu pudesse voltar da areia, eu voltaria.

Me arrependo de ter trocado à vista por paisagem de cartão postal
De ter acreditado em tudo que me disseram até hoje
Ingenuidade é algo que termina, e nunca mais volta
Temos fase de sermos assim, uma completa piada

Se quero água não chove, se ponho a mesa não come
Se me canso, problema. O que vale é o desacordo
Respira esse mesmo ar, entra nesse corpo
Não posso afirmar nada, não posso fazer escolhas.

Não é uma música descompassada, e nem uma injustiça sem causa
Quanto mais nos importamos, menos ligam.
Sou uma mulher comum de medos absurdos
É um dos meus medos, é viver de engano