sábado, 14 de fevereiro de 2015

Foi tudo um sonho

Abri minha janela e sorri
Nela eu me descobri
Morena do quarto rosa
Ser de palavras tortas

Amaste, entregaste
Tocaste uma canção
Seu coração fraco e grande
Que não sabe a imensidão

Correste, caíste
Rolaste neste chão
Nessa matéria eu passei
Esse texto sei de cor

Molhaste, afogaste
Nas águas da esperança
Esse rio secou na lama
E não mais choveras.

Foi um sonho 

Donzela

Sorria no espelho querida
Não se deixei abalar
O que não sai espontâneo
Provavelmente, nem sairá
Tem gente de alegria, que se come de tristeza
Tem gente enrustida, que alegre está em mesa
Sorria em teu quarto
Não se deixe esperar
O que sente minha querida
É um amor, que não se vai
Segura em teu vestido, e pule a janela
Desça chorando um pouquinho,
Sinta falta da vida de donzela
Quando iremos? Quando voltamos ?
O amanhã é incerto
Mas o hoje é espontâneo
Sorria minha querida, vamos logo e devagar
Olhe ao chão que escorria, cada lágrima de lá
Sorria para ele
Não se deixe enganar
O que conquista é tesouro
Que não deixará escapar
O que sente minha querida
O que sonha em imaginar
É aquelas palavras doces
Que te fez desmoronar
Vamos, depressa donzela
Não se deixe levar
Aprendeste que na vida
O que vale é arriscar.

Além

Minha coragem adormecida me fez repensar
Que nem tudo vale a pena e nem valerá
O relógio nunca para e as águas nunca param
Nossa vida é uma bala, que dispara mas ninguém entende

Confiei no ladrão da noite, me entreguei em suas palavras
O que vem, a gente soma, o que se vai a gente esconde
Palavras de um amigo, que certamente já acertou aonde...
O que será afinal, esse jogo de ego?

Se afaste e se estenda, alargue sua tenda
Prepara tua morada, limpe todas as xícaras
Hoje estará em seco, mas logo limparas as botinas
Separei cada segundo nessa troca de razão, perdi.

Repensei minha coragem adormecida que logo acordou
O que não vale a pena o relógio que dirá
Afinal todos nós somos, sempre os mesmos a se indagar
Do que se vai, do que se vem...

O que fica realmente, é um mistério do além.