quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Poça d'água

Foi naquela chuva de verão que eu me vi; logo naquela poça de água perto da minha incredulidade, meu passado voltou, refletiu a menina que eu era, refletiu a menina que sou...
Me vi abrir a janela na tempestade e deixei de ter medo da chuva, ela me molhou e eu nao soube mais me esconder de traz das cortinas; ela chega e eu me lanço; deixo ser lavado o que aprendi, e o que eu deveria ter aprendido... foi naquelas gotas de paz que me lavei da minha guerra; da minha cobrança de ser o que nunca sonhei, o que nunca desejei (...)
Não pertenço a ninguem e nem tenho o lápis da minha historia, meus primeiros passos foram desenhados pelos dedos de Deus, e meus ultimos pela falta de fé
Foi naquela poça (...)
Eu não fechei mais a janela e acabei me afogando no meu ego, de achar que sabia das coisas, de achar que sabia o que fazia. Meus olhos fecharam e meu corpo se inundou de " porquê's e pra onde? "
Nao queria acordar, nao tinha mais sede de continuar e nem fome de voltar aquela janela...
Entao à água escorreu, meu quarto secou e a janela se fechou, me sequei daquela chuva e minha fé voltou, pude ouvir os passos daquele que me ama, daquele que sempre me amou, pude enxergar que seus olhos brilhavam de emoção e como um verdadeiro Pai ele me abraçou (...)
Acordei nessa circunstância de mais uma vez ser salva de mim mesma, ser salva da minha melodia, da minha pausa e das minhas palavras... nao soube mais o caminho de volta e muito menos como recomeçar.
Foi naquela poça (...)
Meu corpo me condenou, minha alma não me aceitou, fui posta no canto e me indagaram de como pude me enxarcar de luas, de estrelas e de constelações, fui sincera e sorri...
- Prazer Luanna, sou nova aqui.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Peregrina

Eu consigo ver minhas pegadas
Meus passos na areia...
Eu fui longe, eu caminhei...
Não consigo ver meu limite
Só sei que esse lugar eu já estive
Logo a maré sobe e apaga meu passado
Apaga minha passagem de volta ...
Eu não quero seguir estes passos fundos
Eu sei aonde fui, e sei onde quero ir
Não, não é lá o meu lugar...
Busco minha paz, busco minha cura
Essa praia não é meu lar
Eu sei muito bem aonde quero ficar.
Não importa o tempo que leve para eu chegar
Não importa quantos obstáculos vou ter que passar
E não importa quantas voltas no relógio vou esperar
Eu sei aonde quero pisar, e onde é meu lar
Aonde meu coração repousar e sem dúvida ficar
Onde eu sentir paz sem ao menos suar
Quando a gente ama a gente descansa
Quando a gente dorme, a gente sonha...
Minha mente nunca desliga e meus pés nunca param
Porque o que eu quero eu ainda não sei
O que eu busco ainda não tem nome.


Luanna Figueredo Roque 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Seca

Aquela estação que tem promessa de chuva...
Ela mais uma vez mentiu pra mim.
Coloquei meus cestos, vesti minha capa...
Olhava pela janela e imaginava a lama na porta;
Não me importo mais!!! Que sequem os vasos e morra as cabras!!!
Minha sede acabou!
Dentro desse corpo existe uma alma, que se importava...
Que olhava pro céu e sentia o cheiro de água (...)
Deixa ela me enganar, deixa ela me alimentar;
Deixa ela me matar de sede... Vou morrer de tanto rir
Arranquei minhas roupas e sai da cabana
Quem me verá nua nesse deserto de descaso?
Os Egos estão na grande cidade, a chuva partiu pro egoísmo.
Lá ela rega os falsários e os mentirosos, lá se vai (...)
Lá nunca falta água, lá nunca falta gente.
Pessoas que matam mas conseguem dormir tranquilas.
- a culpa não foi minha, fulano nunca foi boa peça... 
Há tranquilidade!!! tranquilidade de hipocrisia.
Deixaste o gado morrer na seca, e os peixes fritarem na areia.
Tiraste minha água, minha paz e meu escape
Tiraste o que me restava... Eu já não era nada...
Deixa chover! Deixa cair...
O que me importa não é minha morte
Mas as que estão por vir...

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sou eu


Que permaneci no gelo e endureci com ele, que lutou na forca da sobrevivencia e permaneceu inerte. Sou eu que tenho uma fé tao viva que me fez ressurgi das cinzas, que curei minhas feridas em suas lagrimas de dor. Sou eu que me pendurei pelos cabelos pra me fazer de inocente, de desintendida por ser tao fraca, sou eu que acredito sempre... sou eu que nao solto o elastico...
Escalei a montanha do meu orgulho, cai dentro do meu proprio fracasso, me levantei na minha duvida e me ilhei no meu amordaço... sou eu que bebi do sangue corrente e que comeu do meu ego estragado, me enxuguei de lagrimas sensatas e me vesti de maturidade. Sou eu que busco sabedoria, que tento ver outros angulos, bem como tambem me vi numa ilha, cercada de engano...  

Eu acredito no céu e me encontro no inferno... Inferno este feito de auto analise e conforto, sou feliz quando posso, sou contente quando durmo. Sou eu que escrevo cores, que rabisco sua mente... tenho lá meus horrores mas ainda permaneco... lutando minhas guerras e perdendo minhas batalhas, meu corpo pode morrer, mas minha alma permanece... com a fé inabalavel.