domingo, 31 de agosto de 2014

Você tem um dom

Você tem um dom
 De me tirar do meu corpo
         De me arremessar pro alto
                  De me atirar do outro ...

Você tem um dom
     De me fazer idiota
           De me declarar como torta
                  De me tirar das idéias ...

Você tem um dom
       De me fazer equivocada
              De me transformar numa louca
                     De amar beijar sua boca

Você tem um dom
         De firmar minha raiz
                  De me fazer imperatriz
                          De me fazer mais feliz

Você tem um dom
          De fazer eu te amar
                    De fazer eu te roubar
                            De eu te fazer mais feliz.

                          

Poetizar

A paixão vem assim, querendo agradar
O amor se revolta e vem pra somar
A paixão colorida sempre a sonhar
O amor pro futuro, sempre avançar

O tempo mostra quem fica e quem vai morrer
A paixão logo se irrita e não se deixa escolher
O amor é mais forte e sempre a crescer
O que sinto quando te vejo me faz amolecer

Somos muito jovens e sempre a cantar
Nossos incômodos logo, sempre a poetizar
Estamos acreditando nesse amor que veio pra ficar
Juntinhos vamos dançando chegando nesse mar

Sem estes espinhos não tem rosa
E nossos mistérios não tem fundo
Mas o que sei de tudo isso
É que esse amor é de outro mundo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Abrindo

No espelho eu vi tudo aquilo
Você poderia sim abrir a janela e deixar esse ar gelado sair, sair todo o gelo dessa casa solitária
Se ao menos ela existisse ...
Eu poderia acordar e abrir toda minha mente desse ar que entrou pela porta, mas eu to coberta de incertezas e tremores, que me deixam a noite toda quente de tanta confiança
Os anjos que permaneceram ao lado da minha cama sabiam o porque de tudo aquilo, até o porque de não ter levantado naquele dia...
Você poderia ter me feito sorrir, ou pelo menos tentado, não é tão difícil me fazer feliz, eu mesmo sei me fazer as vezes, mas é rapidinho.
Não, não sei porque de tudo isso, nem sei se existe um...
Se ao menos existisse...
Todos querem meu bem, menos eu mesma, eu só quero ser do bem, fabricar bondade ficou no relógio do ano passado, e o que estou usando fábrica somente o tempo, que nunca passa mas sempre corre.
A impaciência de vencer me faz perder (...)
Perco tudo que conquisto, e as vezes o que não chego a conquistar.
Me sobra uma nota, um sorriso e alguns desejos.
O sol vai nascer e o céu brilhar de novo
Os meus sonhos acontecem, as vezes nem tão colorido e nem com tantos príncipes
Mas acontecem...
Eu poderia me fazer feliz, e você poderia se fazer feliz, e todo o mundo poderia se fazer...
A própria felicidade poderia fazer esse favor...
Todos os terceiros e quartos.
Mas não deve...
O olho não só vê ... Ele também enxerga. 

Naquele banco

Contar as estrelas meus problemas me fazem melhor sim,
Me fazem seguir com menos bagagens e menos angústias,
Mas são boas lágrimas para chorar, são verdadeiras e com fins nada banais
Lágrimas que vale a pena serem choradas, não enxugue-as, não vão parar...
Tem um nó nessa garganta meu nego, tem um sapo muito grande,
Eu queria exagerar no que eu digo mas eu nem preciso de enfeites, eles vem com o pacote...
Vamos tentar seguir assim, respirando e sorrindo, não vai adiantar quebrar meu chip e muito menos escapar de todos que eu amo, o amor me faz forte, mesmo eu sendo tão fraca e impossibilitada de amar no momento. Vamos sim tentar seguir.
Eu sei que você me entende, o preço de voar é mais caro do que o voou em si
Fazer o que se eu aceitei até aqui minha vida, aceitei até aqui o meu vício.
Eu não tenho força nenhuma mas vou acreditar que ela exista, talvez eu tenha que cantar mais alto e correr mais longe...
Soltar meus cabelos e ser mais livre em minha mente, a disciplina que existe só me fez expandir minha imaginação do que tem lá fora... Depois daquele cercado de desejos e vontades...
Na medida da minha aflição eu me sufoquei e precisei passar por lá, passar pela linha de raciocínio quadrado e um tanto desperdiçado pela falta de diferença.
Eu já soltei meus cachorros, agora vou prendê-los de volta, quem sabe um dia eu não precise deles...
Sim, eu poderia estar feliz, e poderia estar legal, mas nem tudo que eu quero eu posso ter...
 (...) A cada dia que passa, o que não posso ter me faz ser o que nunca seria se eu pudesse ter...

Eu ainda acredito no amor...

domingo, 17 de agosto de 2014

Está tudo assim...




Está tudo assim, deixando o vento levar
Cada momento nosso, não deixou escapar
Deito no seu peito e logo desapareço
Num piscar de olhos, eu logo me amoleço

Está tudo assim, deixando a música tocar
Cada nota nossa, não deixo escapar
Toco em seu rosto, e meus dedos  a dedilhar
Sua barba cascuda, eu massajei pra lá e pra cá.

Está tudo assim, deixando o beijo levar
Cada olhar nosso, não deixo escapar
Começamos carinhosos, e bem devagarinho
Nossos beijos vantajosos, nunca nos deixam sozinhos

Está tudo assim, deixando acontecer
Cada entrega nossa, só eu e você
Nem tudo  é perfeito e nem chegamos a ser
Mas cada segundo ao seu lado, eu aprendo a viver.

(...)

sábado, 16 de agosto de 2014

Encaixes

A diferença entre a alma e o corpo
São um só mas diferentes, um você toca e outro você sente
A alma é eterna e solene, enquanto o corpo finito e creme
De terras e desejos, ele acaba nos seus beijos

A alma satisfaz mas o corpo sempre quer mais
Alma tem lá  seus desejos, que vale muito mais que suas ensejas
Enquanto o corpo caminha numa finita cantiga, de idas e vindas
Que nunca se conclui em nada além de aperta e estica.

O corpo é puro, é mudo e cascudo, cheio de pesos e manejos
Este se encaixa, se lamenta e se escapa
A alma não se completa, ela nasce, e nunca morre
Numa linha complexa de indignidades que está ligada aos limites do corpo

Este sim morre, goza e chora
Se molda, amolece e endurece
Mas a alma flutua, escuta e enxuta
Se molha na seca e sorri na madrugada

Se complete ao outro corpo
Porque a alma nasce assim...
Com sua clave e seu tom, sua pausa e sua escala
Como numa oitava ela é constante, mas sempre contrariante 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Explosivos

Explosão de desejo, ali explodiu
Nada parece importar, tudo ali se resumiu
O vidro não deixou se espiar, e até a sirene caiu
Explosão ocorreu, mas não se deixou explodir

A velocidade do sangue em cada veia
A forma que o coração queima
 E que a lua assiste, foi tudo ali
Não, ele não errou a rua.

O puxar do freio e o o vácuo dos vidros
Na velocidade da tartaruga mas na intensidade de uma puma
Que corre em muitas curvas, curvas morenas... curvas ruivas
O medo não estava ali, nem no raio de 5 km

A sirene passou, tudo recomeçou e você sorriu
Iria ser mais engraçado na cadeia
A única ligação para uma senhora tão doce que não entenderia nada
Nem seus bancos molhados.


sábado, 9 de agosto de 2014

Escrevendo

Nossa história não veio de nós
Não veio desse caderno 
E muito menos do nosso caminho
Escolhemos mau, enxergamos pouco e sabemos menos ainda
O ângulo de Deus sempre foi magnífico.
Ele enxerga tudo e traça encontros perfeitos.

É natural, é conjugal é espiritual.
As estrelas não entendem e muito menos a lua
Elas riem para as nuvens assistindo nua e crua
Nossa história é um debate, será que é verdade?

O tempo não tem pressa, e as areias não correm
Tudo parece correr na ponta do relógio
E passar em câmera lenta nos nossos olhos.
Escute nossa vida dançando uma cantiga... Tic tac

Nosso amor supera isso, as vezes me encontro rindo
Não, não estou dizendo isso pra conforto,
Minha mente está límpida como meu quarto e espaçosa como minha mesa
Tudo devagarinho você acompanha, e tudo na rapidez, você beija.

O que é seu também é meu
O que é meu também é seu
Eu erro nas palavras, mas meus olhos expressam que não...

Não adianta me enganar, você já conhece meu olhar...

Árvore

Somos como uma árvore...
Mesma raiz, mesmas proteínas e mesmo solo...
Mesma terra, mesma água e mesmo pólo.
Tudo nasceu igual, e tudo vai morrer assim...

Do tamanho da sua diferença...

O tronco se alarga e amadurece
E logo os galhos aparecem...
Com pinta de adolescentes, logo vão se separando
Mas sempre se entrelaçando, pelas raízes descentes...

Saíram da mesma terra e tem por base o mesmo tronco
Mas cada uma pro seu lado, pro seu espaço e pro seu caminho
Mas nunca ficaram sozinhos...
Estes galhos danados, só queriam espaço, para viver sem ter laços.

No final de tudo, sempre as mesmas flores, sem ter lá seus horrores,
E as folhas iguais, mesma cor, sabor e decimal
Mas os seus frutos, os galhos mais fortes, mais saudáveis
Dão lá um espetáculo, de cada macaco no seu galho

Cada um no seu tempo, no seu vento, na sua chuva e no seu contento.
Tudo isso é uma árvore, repleta de verdades, na natureza e suas metades.
Me encontro nessa linha, somos várias nessa trilha, no qual eu me esbarro.
Nasci numa estação, amadureci no outono e namorei no inverno.

Minhas folhas sempre trocam,
 E meus frutos sempre caem,
Minhas raízes são profundas
 (...)  mas o amor nunca se vai...

sábado, 2 de agosto de 2014

Qual sua hora ?

Se arrepender de viver, de alcançar e descobrir?
Não faz muito meu tipo.
Estou aqui para amar...
As vezes só falta aquela café para animar...

Se questionar, racionalizar, e se abrir?
Não nessa ordem... se precisar
Estou aqui para amar...
As vezes só falta aquele fone que esqueci...

Se impedir, exprimir e indagar ?
Sempre no fim do dia
Estou aqui para amar...
As cartas na mesa, nunca foram pra ganhar.

Acreditar, sofrer, e até esperar?
Se for pra vivênciar de olhos abertos...
Estou aqui para amar...
O presente sempre valeu a pena.

Senão valer... Nunca amei. 

inhazinha




Um dia quente e cheio de calafrios,
   (...) aqueles que me tiram do trilho.
Um dia poeta e cheio de amores
    (...) ter fé nunca foi lá meus horrores
Um dia de angústia e de paz
     (...) Onde está meu rapaz ?

Beijar a morena de cabelo confuso, de olhos maduros e de língua enganada.
Foi olhar para o horizonte e enxergar a mata que refletia sempre aquela jaula.
Desceu a colina, de dúvidas e de agonia, que estão sempre em sua porta...

Num momento de incertezas, a gente se cala ou deveria, a gente se mexe ou de agonia, não faz se quer uma nota, nem desafinada, a gente se encosta e arrota, um som de quase nada, vale a pena aquela pele, que no encostar já se derrete, desculpe sou feita de açúcar, de sabores e de luas, sou feita de ciúmes, costumes e larguras, a flor da pele sempre estarei, e a cantar também, somente nas noitinhas mais frias, estarei quietinha na minha, talvez até sonhando uma cantiga, que me faça rir a madrugada e acordar inspirada, para a amar todo o dia...